terça-feira, 28 de agosto de 2007

Mudança comportamental...

Anônimo

Recibido de Rodolfo Clébicar

Houve um tempo em que sonhávamos com um amor na rua, na chuva, na fazenda,ou numa casinha de sapé, e hoje corremos para o primeiro motel, limpo às pressas do último casal, talvez vivendo uma traição, ele reclamando da esposa, ela dizendo que o marido já não é mais o mesmo. E nós, preocupados apenas em liquidar o "tesão das veias".

Houve um tempo em que até o mais "inculto dos homens" sabia respeitar uma mulher, ceder o lugar no ônibus, abrir a porta do carro, dar o braço para o apoio seguro.

A mais "bronca" das mulheres sabia cozinhar uns "quitutes", fazer uma barra de calça e se preciso, a roupa da família inteira. As pessoas falavam mais baixo, e apesar do distanciamento e de algumas regras "tolas e exageradas de puro formalismo", as pessoas se respeitavam.

Nas escolas, o professor entrava e os alunos se levantavam, havia um misto de respeito e medo, um leve temor no ar que alguns professores quebravam com um sorriso, um toque na mão para ajudar nas primeiras letras.

Vivemos hoje a geração "fast food", ou seja, a impaciência é a Rainha do mundo, domina homens, mulheres e até crianças que cada vez exigem mais, antes mesmo de falar, são cremes, fraldas descartáveis com gel anti xixi, anti fedor de côco, creme para assadura com silicone, ai que saudade da maizena no bumbum!

Homens que esqueceram-se dos pequenos gestos de carinho, geração embrutecida pelos filmes de luta, pelo sexo fácil e barato e parece que nem a AIDS consegue deter.

Geração incrédula que faz negociatas com Deus, que acredita apenas nos anjos do bem, e convivem com os anjos do mal em suas casas, empregos, escolas, nas ruas, guetos, fazendas.
Pobre geração onde alunos atiram nos professores, homens espancam as mulheres, mulheres cospem no chão e falam palavrão no trânsito.

Pobre geração onde pais não criam seus filhos. Pobres crianças que desconhecem o pique, a ciranda, a estréia-nova-sela, a amarelinha, esconde-esconde, bolinhas de gude e taco. São os filhos da "falta de tempo", da "falta de espaço", da "falta de segurança", da nossa "falta de vergonha".

Quer saber onde anda o amor?

Anda escondido, mascarado em nossos corações embrutecidos pelas propagandas que nos obrigam a ser light, diet ou experimentar essa ou aquela porcaria.

Anda perdido na bala perdida da violência civil. Anda massacrado na pobreza que faz com que a maioria ainda prefira pão ao teatro, arroz ao livro, televisão ao circo.

O amor anda adormecido na nossa vontade de amar, de ser feliz, mas esbarra na nossa falta de determinação para mudar esse mundo, não através da palavra, mas de pequenos gestos que começam sempre em nossa casa, como amar nossos parentes, nossos vizinhos, se preocupar com nossos semelhantes mais próximos, educar nossos filhos com amor, ter tempo para eles.

Apenas reclamamos, culpamos o governo, os políticos, os banqueiros, os imperialistas, os capitalistas e esquecemos que a sociedade somos nós, eu, você e o seu vizinho.

Somos nós os culpados. Quer mudar esse mundo? Comece em sua casa!

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