quarta-feira, 10 de março de 2010

Os limites da guerra

Todos nós crescemos ouvindo e vendo que a Guerra traz à tona o lado mais selvagem do ser humano. Mas será sempre assim? Ao que parece, não. O meu amigo Guilherme me mandou um interessante caso sobre o limite entre a inimizade de nações.

Charlie Brown era piloto americano de um B-17G do 379th BG em Kimbolton na Inglaterra. Seu B-17 estava seriamente danificado, atingido pelos caças inimigos e pela antiaérea. Com a bússola arruinada, ele voava perdido e cada vez mais adentro da Alemanha, ao invés de estar com rumo para sua base inglesa.

Após sobrevoar um aeródromo alemão, um caça Messerschmidt Me 109G foi enviado para abater este B-17.

Quem estava no comando do caça era o alemão Franz Steigler. Ao se aproximar do bombardeiro, não podia crer no que via. Em suas palavras:

“Nunca vi um avião naquele estado. A seção traseira, leme e profundores muito avariados, artilheiros feridos, a proa do quadrimotor danificada e furos por toda fuselagem.”

Embora tivesse o caça armado e carregado, Franz emparelhou seu Me 109 com o B-17 e olhou para o comandante Charlie Brow e este estava apavorado e lutando com os controles para manter o bombardeiro voando. Ciente da desorientação do piloto, Franz acenou que eles girassem 180 graus, escoltando o avião em um rumo seguro para a Inglaterra.

Então Charlie Brown saudou e voltou para sua base. Ao pousar, Franz informou ao CO que abateu o bombardeiro sobre o mar. No “debriefing”, Charlie Brown e sua tripulação informaram o ocorrido, mas foram instruídos para não falar sobre o episódio com ninguém. Após 40 anos, Charlie partiu em busca daquele piloto alemão que o salvou. Depois de longo tempo, ele encontrou Franz.

Ele nunca havia citado o fato, nem em reuniões do pós-guerra. Eles se encontraram nos EUA numa reunião do 379 BG, com a equipe que ainda estava viva porque Franz não disparou suas armas.

Quando perguntaram a Franz por que não derrubou o B-17, ele respondeu:

“Não tive coragem de acabar com a vida daqueles homens que lutavam para viver. Voei ao lado deles. Eles davam tudo de si para chegar são e salvos à sua base, e eu não ia impedi-los de viver. Simplesmente não podia atirar em um inimigo indefeso. Seria o mesmo se eu estivesse num pára-quedas.”


Ambos os pilotos morreram em 2008.

Fonte

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