quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Arrumar a casa pode melhorar relacionamento amoroso e sexual

ROSANA FERREIRA
Da Redação

Arrumar a casa pode ser um dos caminhos para melhorar um relacionamento em desarmonia. Pelo menos é o que prega a terapeuta de casais, Cláudya Toledo, que acaba de lançar o livro “Sexo e Segredos dos Casais Felizes” (Editora Alaúde, R$ 15,99).

“Meu trabalho terapêutico passa pelo diagnóstico da casa. Como não conseguimos ver os sentimentos e a sexualidade das pessoas, a casa dá uma boa noção da relação do casal”, explica Cláudya.

Para a terapeuta, não basta que um casal esteja junto para que uma relação seja completa, franca e gratificante. É preciso investir na relação dia a dia. “Pesquisas mostram que a falta de sintonia e de prazer na cama é um dos aspectos que sabotam os relacionamentos. Assim, é preciso manter o desejo sempre vivo e espantar a rotina”, diz. E isso deve começar em casa.

Cláudya, portanto, trata do assunto percorrendo uma casa para tocar em vários aspectos relacionados a cada ambiente e que se referem ao casamento e à temperatura sexual do casal.

Nesse percurso, a terapeuta indica posturas em cada ambiente. Na sala de estar, o casal deve manter um bom diálogo e traçar objetivos em comum; na cozinha, deve preparar coisas juntos, um para o outro; na sala de jantar, deve respeitar as diferenças, cooperar e manter rituais familiares; no banheiro, cultivar individualidade, limpeza e preparação para o outro; na lavanderia, é o lugar ideal para “lavar a roupa suja” e, finalmente, no quarto do casal, eles devem preservar e desenvolver momentos de intimidade e nunca dormir brigados. Confira mais dicas abaixo:

A sala de estar é o lugar para descontrair, conversar e até começar o sexo, por isso deve ser confortável e convidar a permanecer no ambiente

SALA DE ESTAR



É o lugar para se reunir com descontração, falar sobre assuntos agradáveis e prazerosos, contar sobre o seu dia, planejar, resolver questões práticas e ouvir música. É o lugar também para perceber como o outro está - feliz ou triste, satisfeito ou insatisfeito, cansado ou disposto – e começar a conquista ou mesmo o sexo. Portanto, o ambiente precisa ser aconchegante e gostoso para ficar: sofás macios, tapetes, almofadas e aromas, além de iluminação intimista, com abajures ou luz indireta. Quando um cômodo da casa está desajustado, pelo excesso ou falta de móveis e objetos, ou pelo uso incorreto de acessórios, essa desarmonia reflete-se nos moradores. Ou o contrário: o desconforto começou dentro, nos moradores, e foi parar fora, na casa. Não importa, nos dois casos, não há bem-estar. Nesse caso, observe se a sala é aconchegante e convida para um bom papo. Tudo está funcionando ou você está acumulando muitas coisas velhas que não servem mais? Se esse for o caso, jogue no lixo, doe, renove e mantenha sua sala – e sua relação – sempre arejada, com janelas abertas, deixando a luz entrar. Dica: evite ligar a TV sempre, pois você acaba assistindo a vida na pele dos personagens e deixa a sua passar.

COZINHA
A máxima “Você é o que come” se aplica aqui, já que seus hábitos alimentares determinarão o corpo e a saúde que você terá. Quando a alimentação é ruim ou exagerada reflete-se na saúde, na autoestima e, consequentemente, na disposição e no desempenho sexual. Que tal optar por uma alimentação saudável e cozinhar juntos? A mulher pode criar o cardápio e conduzir o homem no preparo do jantar. Como também o contrário, já que há ótimos cozinheiros. É boa forma de compartilhar, cooperar, divertir-se, experimentar novos sabores, aromas, texturas e “esquentar“ o clima para o que vem depois do jantar. Fisicamente, portanto, a cozinha deve estar com todos os equipamentos funcionando. O fogão, por exemplo, deve ser limpo e utilizado diariamente. Para criar um estado de abundância e prosperidade dentro de casa é bom ficar atento ao estado de conservação dos alimentos e dos equipamentos, como também elevar a qualidade dos alimentos, o que não significa dieta cara, mas saudável e fresca.

Sentar à mesa é como um ritual que deve ser feito todos os dias, mesmo que seja para um lanche. Por isso, a dica é sempre caprichar na arrumação

SALA DE JANTAR



É o local de compartilhar – alimentos, momentos, energias, ideias. Sentar à mesa é como um ritual que deve ser feito todos os dias. Comer sozinho, sentado à mesa, fortalece o individual. Comer a dois, em casal, um de frente para o outro, fortalece os laços. E comer em família fortalece a família. Nesse ambiente, a mesa de jantar é a protagonista, então arrume-a como ritual. Mesmo sendo simples, é importante manter a disposição dos talheres, copos e pratos. Decore com flores e, se quiser criar um clima romântico, use velas. E, mesmo se fizer um lanche, sirva-o na mesa. Evite assuntos desagradáveis e prefira bons temas para o bate-papo. Não coma com pressa, fazendo bagunça no prato e nos sabores. Ensine bons hábitos aos filhos, como pedir licença ao sair, ter higiene, respeito e educação ao comer. Tente entrar em sintonia com o par ao comer, pois isso provavelmente vai afinar o ritmo sexual na cama. Imagine alguém que come rápido e você degusta a comida calmamente. Saiba que esse comportamento ansioso e afoito na mesa pode acontecer na cama também.

BANHEIRO
Além da limpeza do corpo, o banheiro é apropriado para a faxina dos pensamentos e das emoções. No entanto, é o lugar que mais pode levar o casal a brigar. Cabelos por todo lado, xixi fora do vaso, calcinhas penduradas para secar. Como anda a sua etiqueta no banheiro? Em resumo, a dica é: não deixe suas marcas. Passe despercebido, sem deixar pistas. Isso demonstra educação e preocupação com o outro. O banheiro deve estar sempre limpo para haver conforto e satisfação durante a permanência nele. A tampa do vaso sanitário deve ficar sempre fechada, assim com a porta. Se apresentar cheiro estranho, use um perfumador de ambientes (difusor com óleo, incenso ou spray). O cuidado é essencial, já que é o lugar onde você se prepara para o encontro com o parceiro.

A lavanderia lembra a importância de conversar sobre o relacionamento, mas não precisa ocorrer necessariamente nesse local

LAVANDERIA
Seguramente, roupas em dia, lavadas e passadas remetem a bom relacionamento e bom sexo. A lavanderia, portanto, lembra a importância de discutir a relação. É claro que a conversa não precisa ser necessariamente nesse ambiente da casa, mas o importante é que se reserve um local e um momento adequado para isso, assim como se faz com as roupas na lavanderia. Certamente o casal que mantém o hábito de conversar sobre as diferenças sobrecarrega menos a relação. Mas, se o casal conversa pouco, não acerta suas diferenças e acumula lixos emocionais, quando chega a hora de lavar roupa suja é um desastre. Fala-se de tudo, de assuntos do passado, de brigas resolvidas. O melhor é estabelecer um lugar neutro e público para discutir a relação e resolver a situação de forma civilizada. Conselho: marido e mulher devem se arrumar para isso, como se fosse um compromisso para manter a autoestima de cada um. A conversa deve ser encarada como uma chance para manter a relação.

QUARTO DAS CRIANÇAS
O nascimento de uma criança é um momento de felicidade para o casal, mas a rotina muda completamente. Antes ditada pelo casal, passa a ficar condicionada pelo ritmo do bebê. Muitas novas mães perdem o apetite sexual nos primeiros tempos, por conta dos hormônios, cansaço e atenção totalmente voltada ao bebê. Há maridos que ficam no seu canto, outros que brigam e se ressentem com a mulher, pois se sentem abandonados. O ideal é que o homem participe e ajude, dando atenção à mulher e ajudando a cuidar do bebê. É preciso ter em mente que é uma fase. Portanto, os filhos não podem ser uma desculpa “eterna” para que o relacionamento dos pais, principalmente o sexual, seja morno ou inexistente. Se não podem sair para jantar, por exemplo, preparem algo em casa a dois ou peçam por telefone. Enquanto o bebê dorme, aproveitem as horas a sós. É bom lembrar: o filho deve se acostumar a dormir no seu próprio quarto, e não no meio dos pais.

Local de maior intimidade do casal, o quarto deve ser claro e, de preferência, sem TV, para não interferir na energia do casal

QUARTO DO CASAL
Lugar de maior intimidade do casal, o quarto é geralmente o cômodo onde acontecem as relações sexuais. Por isso é importante prepará-lo e também se preparar. O quarto deve ser claro, e os objetos decorativos devem estimular a energia do número dois. Para isso, utilize símbolos em pares. Evite TV ou outros aparelhos eletrônicos no ambiente, pois eles podem interferir na energia do casal. Se tiver, na hora de dormir, desligue-os da tomada. Aos casais que possuem suíte, é importante fechar a porta do banheiro antes de dormir para evitar que a energia do banheiro migre para o quarto durante a noite. Porém, não deixe o quarto sem ventilação durante o sono. Atrair sexualmente o parceiro e a parceira é essencial para alimentar a intimidade nesse espaço. A mulher pode ressaltar sua aparência, e o homem usar sua sedução com palavras e toques, sem pressa.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Hexa de fato e de Direito

Crise, revolução e traição

Postado em 5/11/2007 às 13:13 por Ubiratan Leal

Com o testemunho de 122.001 torcedores que lotavam o Maracanã no fim da tarde de 19 de julho de 1992, o Flamengo empatou em 2 a 2 com o Botafogo e conquistou o Brasileirão. Para o clube, era seu quinto campeonato nacional. Por isso, o capitão rubro-negro Júnior ergueu a Copa Brasil como se tomasse posse definitiva do troféu. Para a CBF, porém, era apenas o quarto título flamenguista e a taça continuaria à espera do primeiro pentacampeão nacional. Diante do impasse, a famosa peça de bolinhas criada pelo artista Maurício Salgueiro foi tirada de circulação e até hoje não tem dono.

A falta de um destino para esse troféu parece uma questão menor, mas dá um bom sinal de como as autoridades até hoje não equacionaram a disputa entre Flamengo e Sport para definir o campeão brasileiro de 1987. Uma história que muitas vezes é reduzida à validade de um cruzamento entre os melhores do Módulo Verde (formado pelos grandes clubes) com o do Amarelo, mas que envolveu briga política, mudança de regulamentos e até traição.

Capítulo 1: CBF em crise institucional
Na metade da década de 1980, já não havia mais condições de manter os Brasileirões inchados, com até 94 participantes. A própria CBF determinou que, em 1987, o campeonato seria reduzido para 24 clubes, definidos pelas posições na segunda fase do torneio no ano anterior. Seria simples, se os problemas não começassem ainda na Copa Brasil 1986.

No final da primeira fase, o Joinville pediu os pontos do empate em 1 a 1 com o Sergipe alegando que um jogador do adversário foi pego no exame antidoping. O CND (Conselho Nacional de Desportos) contrariou a CBF e determinou que os catarinenses tinham a vitória, o que agradou ao então ministro da educação Jorge Bornhausen. A decisão, porém, tiraria da segunda fase o Vasco. A confederação ainda envolveu a Portuguesa na discussão e, para agradar a todos, nenhum desses três clube foi eliminado. Pior, sob influência do chefe da Casa Civil, o pernambucano Marco Maciel, foram abertas mais três vagas na segunda fase, o que beneficiou Náutico, Santa Cruz e Sobradinho-DF.

A falta de autoridade da CBF para impor suas decisões não era gratuita. A entidade vivia grande confusão administrativa desde a eleição à presidência da entidade no início de 1986. Nabi Abi Chedid e Medrado Dias eram os candidatos e havia a expectativa de empate. Se isso ocorresse, Dias seria eleito pelo critério de idade. Assim, momentos antes da votação, Nabi inverteu a chapa com seu vice Octávio Pinto Guimarães, mais velho que o concorrente. Guimarães venceu por um voto e assumiu a presidência da CBF.

Esperava-se que Guimarães fosse presidente apenas formalmente, pois o comando seria de Nabi. “Cheguei a participar de uma reunião que discutiu se Guimarães deveria renunciar meses depois de assumir”, revela Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo na época, em entrevista à Trivela. Isso não ocorreu e o presidente eleito resolveu fazer valer seu poder, o que desagradou o vice. Sem comando forte, o poder da CBF se deteriorou rapidamente. Os reveses se acumulavam – incluindo a derrota para Estados Unidos e Marrocos na concorrência para sediar a Copa de 1994 – e até a situação financeira da entidade era delicada.

Capítulo 2: nasce o Clube dos 13
Enquanto a CBF estava à deriva, os clubes já se organizavam para fazerem valer seus interesses. No caso, a maior preocupação era fazer lobby para incluir na pauta da Assembléia Constituinte – que se formaria em 1988 – um artigo que lhes desse autonomia de organização e funcionamento. A campanha foi bem sucedida e a união de clubes ganhou força. Em abril, Flamengo e São Paulo se negaram a ceder seus jogadores para uma excursão da Seleção Brasileira à Europa e tiveram respaldo do CND. Márcio Braga, presidente do Flamengo na época, saiu da reunião que anulou a convocação da Seleção dizendo, triunfante, que era o “fim do autoritarismo no futebol brasileiro”.

Em junho de 1987, Octávio Pinto Guimarães anunciou: “a CBF não tem condições de organizar o Campeonato Brasileiro deste ano”. O motivo era a falta de dinheiro para arcar com as viagens dos times e outras despesas da competição. Sob o risco de ficar sem a competição que já era a mais importante do calendário, os grandes clubes resolveram tomar as rédeas da situação. “Liguei para o Nabi e perguntei se era sério o que o Octávio falava. Ele disse que era e ‘deu a bênção’ para que organizássemos o campeonato se quiséssemos”, conta Aidar.

O dirigente são-paulino propôs a comandantes de outros times tradicionais a formação de uma associação de clubes para organizar o Brasileirão. Foram convidadas as equipes mais tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Para evitar o rótulo de elitista, também foi convidado um representante do Nordeste, o Bahia. Assim, surgiu a União dos Grandes Clubes Brasileiros, conhecida como Clube dos 13. O presidente são-paulino passou a comandar também a associação.

Capítulo 3: a Copa União ganha forma
Quando foi formatado o novo Campeonato Brasileiro, a intenção foi transfornar a competição em um grande produto para o mercado. O principal atrativo era haver apenas confrontos entre clubes de grande torcida. Por isso, não houve critérios técnicos para a definição dos participantes. Guarani e América-RJ, pela ordem, vice-campeão e semifinalista no ano anterior, foram preteridos. “Nossa idéia era romper os vínculos com modelo antigo do torneio, começar uma nova história”, comenta Márcio Braga, presidente do Flamengo. “Priorizamos os clubes que viabilizariam financeiramente uma competição à beira da falência”, acrescenta.

Ainda assim, o Clube dos 13 contava com o apoio da CBF. “A única exigência da entidade para oficializar nosso Campeonato Brasileiro foi a inclusão de mais três clubes de outros Estados”, comenta Aidar. Assim, foram chamados Coritiba, Santa Cruz e Goiás, clubes mais populares e donos de melhor histórico nacional entre paranaenses, pernambucanos e goianos na época. Novamente, não se podia falar em critérios técnicos, pois o Coritiba não era campeão paranaense (perdera o título para o Pinheiros) e fora 43º na Copa Brasil de 1986.

Com participantes definidos, o Clube dos 13 correu atrás de apoio financeiro. João Henrique Areias e Celso Grellet, diretores de marketing de Flamengo e São Paulo, comandaram o projeto comercial. O torneio foi batizado de “Copa União” para ter uma marca que enfatizasse a nova fase do futebol brasileiro e pudesse ser licenciada por diversas empresas. Além disso, a organização obteve o patrocínio oficial de Rede Globo, Coca-Cola e Varig.

A Coca-Cola colocou seu logotipo nas camisas de todos os clubes que não tivessem patrocinadores (apenas Flamengo, Palmeiras e Corinthians tinham contratos a cumprir) e no círculo central do gramado (depois, a Fifa vetou essa idéia e a marca ficou dentro dos gols). A Rede Globo transmitiu o campeonato com exclusividade, com a permissão de passar as partidas na cidade em que eram realizadas. A condição era que, minutos antes de a rodada começar, a emissora fizesse um sorteio de qual jogo seria visto por todo o país (o que gerou a curiosa situação de, em uma tarde com São Paulo x Corinthians e Flamengo x Fluminense, o Brasil inteiro viu Bahia x Goiás, que acabou sendo a despedida de Mário Sérgio).

Capítulo 4: traição, e a CBF volta à cena
A forma como surgia a Copa União deixou vários clubes descontentes. Os líderes do movimento eram América-RJ, Guarani e Portuguesa se sentiam injustiçados, pois teriam direito de estar na elite pelo desempenho no Brasileirão de 1986. “Não dá para aceitar um Campeonato Brasileiro em que os clubes grandes viram a mesa só porque não querem dividir o torneio com ninguém”, brada Homero Lacerda, diretor de futebol do Sport e presidente do clube em 1987. “Os dirigentes de todos os outros clubes sempre foram contra essa atitude autoritária do Clube dos 13 na época.”

O sucesso comercial da competição organizada pelo Clube dos 13 também saltou aos olhos da CBF. Desse modo, a entidade decidiu organizar uma competição com 16 clubes que estavam de fora da Copa União. Usou como critério a classificação do Brasileirão de 1986, apesar de deixar de lado a Ponte Preta em favor do Sport, e conseguiu o apoio do SBT. Depois, a CBF mudou seu discurso e deixou de considerar a Copa União como o Brasileirão. Naquele momento, o torneio dos grandes seria o Módulo Verde e o outro, o Amarelo. Os dois melhores de cada módulo se enfrentariam para definir o campeão nacional.

O Clube dos 13 decidiu boicotar o cruzamento. No entanto, a CBF contou com um apoio de dentro da união de clubes. “O Eurico Miranda era vice-presidente de futebol do Vasco e ficou como nosso interlocutor na CBF”, comenta Aidar. “Ele nos traiu e deu sinal verde para a CBF virar a mesa, mesmo contra a determinação dos outros 12 clubes de não fazer cruzamento com o Módulo Amarelo.” O Clube dos 13 não assinou o regulamento proposto pela confederação, mas já estava aberta a brecha para a confusão.

Os dois torneios caminharam e não se falava em cruzamento. Para a mídia, o título brasileiro se decidia na Copa União. O Flamengo conquistou o torneio ao surpreender o invicto Atlético-MG de Telê Santana na semifinal e ao bater o Internacional na decisão. O Módulo Amarelo teve percalços. Nem a possibilidade de cruzamento contentou América-RJ e Portuguesa, que decidiram boicotar o torneio. A Lusa voltou atrás posteriormente, mas os rubros, de fato, não jogaram uma partida sequer. No final, Guarani e Sport dividiram o título após empate em 11 a 11 na disputa de pênaltis.

Em janeiro daquele ano, a CBF impôs seu regulamento e determinou que seria realizado um mata-mata entre Flamengo, Internacional, Sport e Guarani. Flamenguistas e colorados confirmaram a decisão de boicotar o cruzamento e não compareceram às semifinais. Assim, Sport e Guarani fizeram a final, vencida pelos pernambucanos. As duas equipes representaram o Brasil na Copa Libertadores e foram oficializadas pela CBF como campeão e vice do país em 1987. O CND tinha outra visão e deu o título ao Flamengo. Anos depois, o Rubro-Negro de Recife ganhou o campeonato na Justiça.

Capítulo 5: legado
Não demorou para o Clube dos 13 se aliar à CBF e o movimento não teve continuidade. “Não chegamos a tomar o poder na época por falta de continuidade do caráter político do movimento”, avalia Carlos Miguel Aidar. Hoje, a associação de clubes tem como principal função negociar os direitos de transmissão do Brasileirão.
A confederação voltou a organizar o Brasileirão, apesar de o nome Copa União ter sido mantido em 1988. “A Globo apoiou com força o torneio de 1987 e se sentiu traída pelos clubes no ano seguinte”, afirma o jornalista Juca Kfouri, comentarista da emissora carioca na época e notório entusiasta da Copa União de 1987.

Ainda assim, não se pode dizer que o torneio não deixou seus rastros. A competição organizada pelos grandes clubes teve público médio de 20.877 pagantes, o segundo maior da história do campeonato nacional. Com o dinheiro vindo de patrocinadores, os clubes arrecadaram o equivalente a uma média de público de cerca de 40 mil pagantes. Ficou evidente a demonstração de força dos clubes, que ganharam mais voz nas discussões sobre o destino do futebol brasileiro.

Desde então, o principal torneio de clubes do país passou a prever sistema de promoção e rebaixamento (as exceções foram em 1993, com uma virada de mesa para resgatar o Grêmio, e em 2000, com a criação da Copa João Havelange após a batalha jurídica entre Gama e CBF). “O que era para ser uma revolução se transformou em uma transição, mas não deixou de ter sua importância histórica”, comenta o jornalista Celso Unzelte, pesquisador da história do futebol brasileiro.

O fato de sempre haver um asterisco quando se fala no campeão brasileiro de 1987 não abala o Sport, detentor de direito do título. “Essa confusão toda até foi boa para a gente, pois todos se lembram que somos os campeões de 1987. Ninguém fala no título do Bahia em 1988”, ironiza Lacerda. Para o jornalista Roberto Assaf, autor de três livros sobre a história do Flamengo, o fim da polêmica depende da CBF. “Enquanto a CBF não determinar que o Flamengo também é campeão de 1987, sempre vai se discutir a legimitidade da conquista do Sport.”

E o troféu Copa Brasil? Bem, quando foi criado, em 1975, ele teria posse definitiva do primeiro clube que conquistasse três Brasileirões consecutivos ou cinco alternados. Pelos critérios da CBF, até hoje a peça não tem dono. Pelo Clube dos 13, é do Flamengo. Para não aumentar a confusão, a confederação desistiu da taça, esquecida em um cofre da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro.

OS ATORES DA PEÇA

Clubes grandes
Estavam dispostos a se unirem para ganhar autonomia e mudar a estrutura do futebol de modo que explorassem melhor seu potencial econômico. Aproveitaram a desistência da CBF em organizar o Brasileirão de 1987 e criaram o Clube dos 13.

Clubes pequenos
Alguns, como América-RJ, Guarani e Portuguesa, se sentiram prejudicados pela falta de critério técnico na definição dos participantes da Copa União e muitos falaram que era uma “virada de mesa”.

CBF
Com presidente e vice que não se entendiam, a entidade estava desgovernada, sem força política e em crise financeira. Não tinha mais condições de segurar a vontade dos clubes de se organizarem por conta própria.

CND
O Conselho Nacional de Desportos foi criado por Getúlio Vargas para regular os esportes de competição no Brasil. Era o meio de o governo interferir no esporte, mas, na metade da década de 1980, o CND era presidido por Manuel Tubino e tinha uma visão mais progressista, incentivando o aumento de autonomia dos clubes. O órgão foi extinto em 1993, no governo de Itamar Franco.

Patrocinadores
Globo, Coca-Cola e Varig viram na Copa União o primeiro Campeonato Brasileiro em torno do qual haveria uma grande mobilização nacional. Assim, apoiaram o Clube dos 13 e criaram diversas ações de marketing específicas para a competição.

UM PARA LÁ, DOIS PARA CÁ

A dança de clubes que participariam do Brasileirão de 1987 foi bastante confusa. Veja como seu time fez parte desse vaivém:

Pela Copa Brasil 1986, os seis primeiros de cada grupo da segunda fase teriam vaga no Brasileirão do ano seguinte. Com a briga na Justiça entre Joinville, Vasco e Portuguesa, a CBF determinou que seriam os sete primeiros de cada chave.

V

América-RJ, Atlético-GO, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Bangu, Ceará, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, CSA, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Internacional-RS, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Palmeiras, Portuguesa, Rio Branco-ES, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Treze e Vasco

V

Com a desistência da CBF organizar a competição, o Clube dos 13 decidiu realizar seu próprio campeonato

V

Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco

V

O Clube dos 13 ainda convidou as três equipes mais populares de Estados que não tinham vaga na Copa União para tornar a competição mais nacional.

V

Coritiba, Goiás e Santa Cruz

V

A CBF decidiu organizar o Módulo Amarelo com os clubes que se classificaram entre os 28 da Copa Brasil 1986 e não estavam na Copa União. Ainda convidou Sport e Vitória.

V

América-RJ, Atlético-PR, Atlético-GO, Bangu, Ceará, Criciúma, CSA, Guarani, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Portuguesa, Rio Branco-ES, Sport, Treze e Vitória. Em protesto pela exclusão na Copa União, o América-RJ não disputou o Módulo Amarelo.

V

Para definir os 24 participantes da Copa União de 1988 (já organizada pela CBF), foram utilizados os participantes do Módulo Verde de 1987 e dos oito primeiros do Módulo Amarelo. A exceção foi o América-RJ, que ficou com a vaga da Internacional-SP como compensação pelo ano anterior.

V

América-RJ, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Bangu, Botafogo, Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Internacional, Palmeiras, Portuguesa, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória

Obs.: reportagem originalmente publicada na edição nº 15 (maio de 2007) da revista Trivela

"There´s only one Ronaldo"

É bom demais ser Flamengo...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

HÁ HE HI ROBIN WILLIANS



Uns anos atrás os Simpsons vieram pro Brasil. Homer foi sequestrado. Bart ficou excitado com a loira de shorts enfiado na bunda que apresentava um programa infantil na TV. O menino pobre que a Lisa ajudou não tinha o que comer mas estava muito feliz desfilando no Carnaval.

Esses dias Robin Willians falou o seguinte: "Claro que o Rio ganhou de Chicago a sede das Olimpíadas. Chicago levou Michele e Oprah e o Rio levou 50 strippers e 500g de cocaína".

Eu ri!

Advogados, autoridades e populares se revoltaram nos dois casos. Eles não se revoltam, não se mobilizam, não processam, não abrem inquéritos, não fazem passeatas quando o sequestro, a loira vagabunda apresentadora de programa infantil, a idiotice do carnaval, o tráfico de drogas e a prostituição acontece na vida real bem debaixo dos nossos narizes. Eles se revoltam só quando usam isso pra fazer piada.

A piada realmente boa sempre ofende alguns e mata de rir outros por um motivo simples: A boa piada sempre fala de uma verdade. Num País onde aprendemos a mentir, enganar, roubar, tirar vantagem desde cedo a verdade não diverte. Assusta. O cara engraçado pro brasileiro é sempre aquele que fala bordões manjados, dá cambolhatas no chão em altas trapalhadas, conta piadas velhas, imita o Silvio Santos e outras personalidades ou faz um trocadilho bobo mostrando ser um ignorante acerca dos assuntos. Esses bobos passivos nos deliciam porque nào incomodam ninguém! Um cara que faz um gracejo com uma verdade inconveniente pro brasileiro é como o alho pro vampiro. Merece ser execrado.

O brasileiro é uma gorda de 300 kilos que odeia ouvir que é gorda. Ela faz um regime pra parar de ouvir isso? Não! Regime e exercicio dá muito trabalho. É mais fácil ir no shopping, comprar roupa de gente magra, vestir e depois acomodar a bunda na cadeira do McDonalds. O problema é que nem todo mundo é obrigado a engolir que aquela fabrica de manteiga a Barbie só porque está com a roupa da Gisele Bundchen. Então é inevitável que mais hora menos hora alguém da multidão grite: "Volta pro circo!" ou "Minha nossa! É o StayPuff com o maiô da Dayane dos Santos?". Então a gorda chora. Se revolta. Faz manha. Ameaça. Processa. Porque, embora ela tentou se vestir como uma magra, no fundo a piada a fez lembrar que ela é mais gorda que a conta bancária do Bill Gates. A auto-estima dela tem a profundidade de um pires cheio de água.

Ao invés de dizer que Robin Willians tem dor de corno, prefeito do Rio, vai cuidar primeiro da sua dor de mulher de malandro. Sabe? Mulher de malandro sim, aquela que apanha, apanha, apanha mas engole os dentes e o choro porque acha que engana a vizinha dizendo: “Eu tenho o melhor marido do mundo”.

Advogados. Vocês já são alvos de piadas por outros motivos. Já que se incomodam com piadas evitem ser alvos de mais algumas delas não processando Robin Willians. Invés de processo envie pra ele uma carta de gratidão. Pense que ele estava num dos melhores programas de TV do mundo e só falou de puta e cocaína. Ele poderia ter falado por exemplo, que o turista que vier pra Olimpiadas se nào for roubado pelo taxista será no calçadão. Poderia também ter dito que o governo e a polícia brasileira lucram com aquela cocaína do morro carioca que ele usou na piada. E se ele resolvesse falar algo como: “As crianças do Brasil não assistirão as Olimpíadas porque estarão ocupadas demais se prostituindo”.? A...E se ele resolvesse lançar mais uma piada do tipo: “Brasileiro é tão estúpido que se preocupa com o que um comediante diz, mas não se preocupa no que o político que ele vota faz”?

Enfim... são muitas piadas que poderiam ter sido feitas. Quem é imbecil e se incomoda com piada, não seja injusto e agradeça o Robin Willians porque ele só fez aquela.

E depois brasileiro insiste em fazer piada dizendo que o Português é que é burro.


Danilo Gentili

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pão de queijo 3 Ingredientes



Receita enviada por Carina Monteiro Fagiani

40min
25 porções

Ingredientes

1 caixinha de creme de leite (200 ml)
1 copo (requeijão) de queijo ralado (misturei parmesão e mussarela ralada)
1 copo (requeijão) de polvilho (usei polvilho doce)

Modo de Preparo


Amasse até soltar das mãos (caso precise um pouquinho a mais de polvilho, coloque aos poucos até que chegue ao ponto de enrolar). Faça bolinhas, coloque em forma untada e asse em forno pré-aquecido bem quente Se achar necessário, acrescente sal
Asse até ficarem levemente douradinhos.